quarta-feira, 16 de abril de 2014

Tratamento sem remédio

Vira e mexe alguém me pergunta se acredito na "cura" do pânico sem uso de remédios.

Em primeiro lugar, não sei realmente se existe cura para o pânico nem para outros transtornos de ansiedade. O que sei é que é possível controlar os sintomas e conviver bem com eles.

Ao longo desses mais de 17 anos de convivência com o pânico, já usei florais, Maracujina, passiflora, chá de camomila, de erva-doce, e várias outras alternativas fitoterápicas.
Nenhuma delas fez efeito comigo.

Isso não significa que não ache que possam ter bons resultados com outras pessoas. Minha mãe, por exemplo, sempre tomou Maracujina e Passiflorine nos dias mais punks e até hoje, no alto de seus 80 anos, nunca precisou recorrer a um tarja preta.
Por outro lado, uma simpática senhora septuagenária que esteve em uma das reuniões do meu grupo de apoio nos contou que tomava antidepressivo há uns 20 anos: "Todos os dias tomo uns 15 comprimidos. Para pressão, colesterol, osteoporose, incontinência urinária... o antidepressivo é só mais um deles! E nem penso em deixar de tomar. Ando de bicicleta todos os dias, faço minhas coisas, me sinto muito bem!".  


É claro que isso depende do nível de ansiedade. Em alguns casos, quando se trata de uma ansiedade branda ou ocasionada por uma situação específica, a solução pode ser apenas mudar alguns hábitos ou buscar uma yoga, ou uma terapia - que, aliás, faz bem em qualquer fase da vida!
Se a solução é fitoterápica, homeopática ou alopática não importa. O que importa, na minha opinião, é que a gente não sofra com os sintomas. Que os ataques de ansiedade e a depressão não nos tire o sono, a fome, a vontade de sair, de produzir, de se divertir, de namorar, de estudar, de viver!


Se estivermos sentindo algum - ou vários - desses sintomas, devemos procurar um médico e tomar medicação SIM, sem medo de ficarmos dependentes. Isso não importa! O importante é que a gente tenha uma vida com qualidade! E daí se precisarmos tomar remédio todos os dias pro resto da vida? Quanta gente precisa?!

Inclusive, muitas de nós, mulheres, tomamos anticoncepcionais durante boa parte da vida e eles, apesar dos evidentes benefícios que nos trazem, também podem causar diversos danos à nossa saúde.
É uma questão a ser avaliada, não acha?
Pois ninguém melhor do que o seu médico para fazer essa avaliação com você. ;)

Não deixe pra depois! 


Saúde, coragem e paz! :)

(imagem retirada da internet)



16 comentários:

  1. Muito boa a matéria, aliás, como todas que você coloca em seu blog. Adorei a comparação com o anticoncepcional, eu mesmo tomp anticoncepcional há quase 18 anos, não apenas para não engravidar, mas para o controle de uma disfunção hormonal, sem ele tenho cólicas horrorosas que me impedem até de levantar da cama de tanta dor. E agora tenho um mioma e faço controle com anticoncepcional para que ele não cresça. Eu também tinha a preocupação com os remédios para o meu transtorno de ansiedade generalizada, mas graças a você e seu blog desencanei. Estou com acompanhamento psiquiátrico e psicológico, sem remédios não consigo fazer nada, só fico pensando na minha doença. Me lamentando, tendo sintomas horríveis. Com a medicação eu vivo, faço as coisas que tenho que fazer e sem os sintomas horrorosos. E mais uma vez: Parabéns pela sua iniciativa e dedicação ao blog. Obrigada pela ajuda sempre.
    Elaine Assumpção.

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    1. Poxa, Elaine, como eu fico feliz em ler isso!!! Muito obrigada!!!!! :)
      Espero poder continuar ajudando, e sempre mais.
      Beijo grande!

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  2. A cura sem uso de medicamentos só é possível se o paciente conseguir mudar de alguma forma o modo como o cérebro faz suas ligações químicas.
    A Síndrome do pânico assim como a depressão e outros transtornos, ocorre devido a mudanças químicas no cérebro, digamos q algumas substâncias deixam de ser produzidas ou mesmo absorvidas de forma eficiente, levando assim o corpo a produzir tais sintomas e efeitos.

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  3. Oi, Karen! Boa noite!
    Sou nova aqui no Sem Transtorno (essa é minha 3ª visita, mas o ST já está nos meus favoritos!) e fiquei muito feliz de encontrar um espaço onde as pessoas entendem o que é SP e TAG. Já ouvi coisas aburdamente nada a ver, de gente que acha que esse problema é "frescura"... (Uma mulher me disse que eu tinha que pensar que meu problema não é nada, perto do das criancinhas internadas no INCA!!!)
    Me sinto aliviada de ter encontrado o ST, obrigada!!! :)

    Queria saber: você já sentiu dormência em alguma parte do corpo, como sintoma do TAG? Sinto, quase todos os dias, (exatamente a sensação de quando ficamos muito tempo dormindo em cima do mesmo braço ou sentado em cima da mesma perna) na área da garganta... é angustiante.
    Meu neuro diz que é do TAG, mas não conheço ninguém que tenha meu problema pra saber se é comum...

    Obrigada novamente, flor! Beijos!

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    1. Oi, Amanda, tudo bem? É muito comum que pacientes com pânico e TAG ouçam esse tipo de bobagem, mas ainda há muita desinformação. Este é um dos objetivos do meu trabalho, informar e diminuir o preconceito.
      Olha, eu já senti dormência sim. Hoje quase não sinto, mas meus formigamentos eram mais frequentes nos braços. Na garganta eu costumava sentir uma "pressão", como se alguma coisa estivesse me impedindo de engolir, de respirar direito! O TAG causa diversas sensações incômodas. Mas se sua neuro disse que está tudo sob controle, procure confiar! ;) Beijo grande e volte sempre!

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  4. Queria te parabenizar pelo Blog, tenho sindrome do panico a 10 anos, hoje vivo normalmente devido ao uso de remédios, mas não é tudo mundo que consegue isso!

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    1. Obrigada, Daniel! Fico feliz que esteja medicado e bem! :)

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  5. Olá, sou a Fabiana e gostaria de agradecer pelas informações nas quais obtive acesso pelo seu blog e saber que não estou só nessa luta contra a síndrome do pânico e ansiedade. Os meus sintomas começaram em dezembro de 2013 e estou tratando com medicamentos para hipertensão e antidepressivos prescritos pelo cardiologista e psiquiatra, porém, sinto que não vou conseguir superar os sintomas sozinha e gostaria de participar das reuniões do grupo de apoio. Obrigada!

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    1. Oi, Fabiana, tudo bem? Acabei de mandar um e-mail pra você.
      Muito obrigada, espero que você esteja se sentindo melhor! :)
      Abraços,
      Karen

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  6. Olá!
    Não sei descrever qual foi minha reação ao deparar-me com seu blog em uma pesquisa no Google para ajuda de pessoas com transtornos.
    Sabe aquela sensação "não estou sozinha", a qual me acompanha há muito tempo, deu-me um certo alívio, confesso.
    Vi que você tem o transtorno há 17 anos, eu tenho há 3 anos e já estou me sentindo submersa demais neste problema, que surgiu de um dia para o outro e espero que saia na mesma proporção.
    Vi sua entrevista e meus olhos encheram de lágrimas, e estão agora, quando vi que voce tem um filho. No momento, essa é a minha maior decepção pois tenho medo de engravidar devido ao transtorno e pq a médica disse-me que tenho que parar de tomar meu medicamento.
    Gostaria de trocar experiencias, fases, que esta luz no fim do tunel esteja mais próxima e não mais no final dele.
    Hoje, digo que sobrevivo a cada dia, não mais vivo. Só quem tem sabe o significado destas palavras.
    Obrigada por este espaço.
    Com carinho e uma Feliz Páscoa
    Aline

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    1. Oi, Aline, tudo bem?
      Fico feliz que vc tenha encontrado meu blog e que tenha gostado dele. :)
      Espero poder te ajudar!
      Eu já me senti “sobrevivendo” também, e não vivendo cada dia. Mas hoje, felizmente, não me sinto mais assim.
      Durante minha gravidez, eu simplesmente não precisei recorrer a remédio nenhum, tive uma gestação ótima, sem crises. O ideal, pelo o que ouço de médicos, é que a gestante não tome remédios nos primeiros três meses da gestação. A fluoxetina, que é o remédio que tomo, parece ser segura também em caso de gravidez (após o terceiro mês, como lhe falei).
      Você precisa ter uma relação de confiança com sua médica, e se não estive completamente segura, ouça outras opiniões até que se sinta segura o suficiente para tomar uma decisão.
      Escrevi um post sobre esse tema, você chegou a ler? Procure pela palavra-chave “gravidez”. Depois me conta o que achou.
      Grande abraço,
      Karen

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    2. Olá, Karen. Li sim, acho que já li todo o seu blog. Virei sua fã. Espero chegar nesse mesmo nivel. Escrevi um e-mail para você, se não se importar. Obrigada pela ajuda e pelo retorno. Beijos, Aline

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    3. Vou ler seu e-mail, responderei assim que possível, ok?
      Obrigada pelo carinho.
      Beijos.

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  7. Olá, adorei encontrar seu blog, tem me ajudado muito, principalmente em tirar duvidas. Descobri que tenho TAG a um mês, mais tenho sintomas a mais de seis meses. Tudo começou a o passado, tinha dores fortes no peito e muita falta de ar, descobri que estava com pneumonia, tratei mas as dores continuavam, cada dia mais fortes e com sintomas a mais, braços dormentes, enjoos, coraçao acelerado, acordova de madruga e pedia para meus pais me levarem ao pronto socoroo, chegava l fazia exames e nao era nada. Fui ao cardio fiz mais exames e nao deu nada (graças a Deus) mas dores fortes continuavam. Tinha tanta dor que chorava e nao conseguia fazer mais nada, fui a psicologa e ela me explicou tudo direitinho o que era a tal da ansiedade generalizada e a sindrome do panico. Faço terapia duas vezes na semana, ela me ensinou a santa respiraçao para as horas mais dificies, que faço quase todo o tempo. E nao estou tomando medicamentos, tomo homeopaticos, Sedatif, vc ja ouviu falar? Posso falar que estou uns 30% melhor, ainsa sinto dores, na verdade meu braço fica dormente quanse o tempo todo e sinto como umas pinicadinhas no peito, perto do coraçao, mas diz minh psico que isso tudo é da tag. E assim vamos vivendo tentando se acostumar e ensinando nossa mente que tudo isso nao faz parte da gente. Obrigado por me ajudar com suas palavras. Sempre que tenho duvidas corro pra cá. Beijinhos Karla

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